Aldeia Teles Pires estaria sitiada por Agentes da Policia Federal.
Segundo
informações de Sandro Waro, foi confirmado pelos próprios indígenas que um
guerreiro munduruku foi atingido por um delegado da policia federal. O corpo do
indígena está desaparecido no rio. As informações do relatório foram enviadas
por uma aldeia próxima a aldeia teles pires. Segundo informações das lideranças
indígenas, a aldeia Teles Pires está sitiada não sendo permitida a entrada ou
saída de qualquer indígena.
COMUNIDADE INDIGENA TELES PIRES
COMUNICADO
Conforme informações repassadas por indígenas do
Posto Indígena Teles Pires diretamente para os indígenas parentes, na sede do
município de Jacareacanga, ocorreu naquela
aldeia (TELES PIRES) intervenção
de Agentes da Policia Federal
justificado, para dar-se cumprimento a Operação denominada Eldorado, que
visa conter e paralisar a atividade garimpeira na
região.
A invasão na aldeia, provocou confusão entre os
índios que não sabiam da operação e nunca tinham visto tanto aparato de guerra,
com o helicóptero da PF jogando às proximidades da aldeia bombas provavelmente
de efeito moral e muitos tiros o que ocasionou pânico entre os indígenas, com
muitos velhos desfalecendo na correria ou em fuga, e ainda crianças desesperadas
diante da violência que foram alvos.
A informação que morreu um indígena não se
confirma, o que se sabe é que um índio ao ser atingido no braço fingiu-se de
morto e depois foi socorrido.
A Aldeia está sitiada pela PF, que controla a comunicação via radio não
deixando os indígenas se comunicarem. Essas informações foram repassadas por
dois indígenas que fugiram do cerco chegando até uma aldeia próxima para se
comunicarem com parentes em Jacareacanga.
A aldeia está completamente sitiada pelos agentes
que para evitar a fuga dos indígenas colocaram minas em vários pontos da aldeia
impedindo de saírem para suas roças ou fugirem do local
conflitado.
Mesmo diante da intervenção, os indígenas não sabem
a razão desse trabalho, pois ninguém ainda esclareceu para os mesmos a motivação
da operação. Ao se falar sobre garimpagem, a aldeia não abriga garimpos bem como
nenhuma atividade de garimpagem.
Devido à debandada geral, há crianças desaparecidas
na mata, ocorrendo também explosões de equipamentos como maquinários da
comunidade entre esses motores de popa que serve unicamente para transporte dos
indígenas, voadeiras, rádios, e para espanto geral a pista de pouso foi
dinamitada impedindo o uso para retiradas de emergências de indígenas
enfermos.
A intervenção remonta aos
tempos da ditadura onde pessoas foram constrangidas moral e fisicamente, com
idosos sendo empurrados, mulheres indígenas chamadas de vagabundas e
prostitutas.
A coordenadora da Sesai DSEI-Tapajós (saúde
Indígena) Cleidiane Carvalho, preocupada com o estado de saúde dos indígenas atingidos que
encontram-se em Alta Floresta está providenciando uma aeronave para transportar
os indígenas feridos para Belém ou Brasília.
Os indígenas que moram em Jacareacanga, foram até a
Câmara de Vereadores pedir a composição de uma comissão para ir até o local do
conflito avaliar a situação já que uma equipe de lideres indígenas de
Jacareacanga que iria até o local de avião foi proibida de pousar, a proibição
está estendida a qualquer avião de qualquer instituição. Por isso o apelo dos
indígenas em solicitarem aos vereadores que fossem até a aldeia como autoridades
constituídas do município.
Fonte: Jornalista
Nonato Silva de Jacareacanga-PA
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