Passado o dia 07 de outubro, conhecidos os prefeitos
eleitos, ocorrem naturalmente uma transição de governo entre os gestores, entre
o ex-gestor e sucessor, neste caso, a cidade de Itaituba,
conta com a prefeita eleita Eliene Nunes (PSD) que tomará posse em 01 de
janeiro de 2013, mais o atual prefeito Valmir Climaco (PMDB), que deixará a
PMI, ainda não formalizou uma equipe de transição.
A importância da formação de uma equipe de
transição de governo:
O perigo é grande para os gestores, pois é comum a instauração de Tomada de Contas Especial pelos órgãos federais repassadores de recursos aos Municípios, por meio de convênios ou outros instrumentos congêneres, com fundamento na "omissão no dever de prestar contas" pelo administrador municipal. As razões de justificativa apresentadas pelos ex-gestores, quase na totalidade, envolvem a seguinte linha de resposta: "não foi possível prestar contas do convênio, tendo em vista que o atual Prefeito é inimigo político da gestão passada e não disponibilizou nenhuma documentação das despesas a fim de que pudéssemos prestar contas dos recursos. Assim, a responsabilidade pela prestação de contas do aludido convênio deve recair sobre o atual gestor municipal".
Por seu
turno, o sucessor municipal assevera que "encontrou a Prefeitura sem nenhum
documento capaz de comprovar a aplicação dos recursos públicos ora demandados
pelo órgão repassador do dinheiro. Portanto, a responsabilidade pela prestação
de contas é seguramente do ex-gestor".
Casos assim semelhantes denotam que a administração municipal não possui uma sistemática de controle interno documental, tampouco os gestores estão preocupados com os resultados advindos da falta de organização administrativa e o que isso pode gerar de malefícios à sociedade.
Com efeito,
os dois gestores, sucessor e sucedido, possuem responsabilidades mútuas que
podem ser divididas em benefício do interesse público. A Súmula nº 230, de
03/01/1995, do Tribunal de Contas da União, preceitua que: "Compete
ao prefeito sucessor apresentar as contas referentes aos recursos
federais recebidos por seu antecessor, quando este não o tiver feito ou, na
impossibilidade de fazê-lo, adotar as medidas legais visando ao resguardo do
patrimônio público com a instauração da competente Tomada de Contas Especial,
sob pena de co-responsabilidade".
Pelo
exposto, reafirmamos que as responsabilidades são mútuas. Mas, o que fazem
atualmente os gestores? O antecessor fica impossibilitado de resgatar a
documentação no âmbito da administração municipal, sendo condenado em débito, ou
seja, responsabilizado a devolver os recursos recebidos, corrigidos
monetariamente, e ainda sendo-lhe imputado multa. O atual gestor recorre ao
Poder Judiciário impetrando Ação Civil Pública de ressarcimento ao erário e
Representação Criminal contra o antecessor.
Algumas considerações precisam ser analisadas:
a)ao acionar
o Poder Judiciário a administração municipal irá incorrer em custos na
impetração da ação;
b)o gestor antecessor terá que provar na esfera judicial que aplicou os recursos públicos, devendo constituir advogado, sem mencionar a sua defesa diante da condenação sofrida no âmbito do Tribunal de Contas;
c)há possibilidade de a União bloquear os recursos para o Município pendente de prestação de contas, culminando no não-repasse de recursos para diversas ações como merenda escolar, educação de jovens e adultos, transporte escolar etc.
Diante da situação apresentada, fica evidenciado que a população arcará com mais essas despesas, tanto as financeiras quanto as decorrentes de prejuízos pelo bloqueio no repasse de outros recursos. Contudo, há uma medida simples e necessária que pode superar toda essa situação de má administração: a constituição de uma comissão de transição de governo.
A necessidade de constituir uma comissão de transição de governo na cidade de Itaituba é uma atitude que resguardará não somente os gestores sucessor e sucedido, mas toda a sociedade, que não será privada do benefício do repasse de outros recursos públicos, bem como não incorrerá em despesas extras decorrentes de simples desavenças políticas que podem ser amenizadas pelas recomendações expostas anteriormente.
A principal
questão observada na atualidade é a instauração de Tomada de Contas Especial em
razão da omissão no dever de prestar contas do ex-gestor, além de Ação Civil
Pública de ressarcimento ao erário.
Ficando claro, que não dá para a cidade de Itaituba,
que caminha para grandes investimentos do governo federal e estadual serem
prejudicados por falta de uma transição pacifica e respeitável entre os
gestores, que não podem penalizar a população por falta de um
acordo.
Espera-se do atual prefeito Valmir Climaco (PMDB),
que chame a nova prefeita eleita Eliene Nunes (PSD), para compor uma equipe de
transição, formada por pessoas capacitadas para acompanhar esse processo de
grande importância para nossa cidade.
Convoco os órgãos fiscalizadores da sociedade civil organizada para
exigir que seja formado uma equipe de transição, tais sindicatos, conselhos
municipais e Câmara Municipal. Para que o povo de Itaituba não seja
penalizado.
Direção do
FatoITB.
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