O ex-gerente da fazenda Juricaba, em Várzea Grande, identificado apenas por I.C, denunciará nesta segunda-feira que a suposta tentativa de assassinato dos empresário Valdinei Mauro de Souza e Wanderley Fachetti Torres teria sido uma armação. O crime ocorreu em abril de 2012 e, na época, a caminhonete em que viajavam os dois empresários foi crivada de 25 tiros de pistola de uso restrito na zona rural de Várzea Grande.
As investigações do Ministério Público Estadual apontaram que o também empresário Filadelfo dos Reis Dias teria encomendado o assassinato dos dois outros sócios num garimpo. Filadelfo chegou a ser preso numa operação da Polícia Civil, mas hoje responde o processo em liberdade diante de uma decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
De acordo com informações prestadas pelo advogado Bento Filho, I.C trabalhava há mais de 10 anos como funcionário de Wanderley, dono da empresa Trimec Construções e Terraplanagem Ltda. No ano passado, ele assumiu a condição de gerente da fazenda, que tinha como sócios, além de Wanderley Torres e Nei, o prefeito de Cuaibá, Mauro Mendes (PSB), e ainda o empresário Antônio Barbosa, irmão do governador Silval Barbosa (PMDB).
De acordo com a testemunha, tão logo assumiu o cargo, ele passou a ter problemas com Valdinei Mauro, que desejava que prestasse contas do volume de outro extraído somente a ele e não para outros sócios. No dia da tentativa de homicídio contra os dois empresários, os bandidos foram primeiro a fazenda para forjar um assalto a fazenda.
Durante este ação, o único agredido pelos assaltantes foi justamente o gerente. "No dia do crime, curiosamente, a testemunha foi o único presente que foi agredido pelos assaltantes, chegando, inclusive, a ser o único que fez exame de corpo de delito, o que despertou uma certa desconfiança na testemunha", explica Brento.
Após a ação criminosa, Nei teria perguntado se I.C gostaria de continuar como gerente da fazenda, que aceitou permanecer desde que a segurança no local fosse reforçada. O gerente também questionou o estilo das investigações conduzidas pela Polícia Civil, através do delegado Carlos Américo. "O início das investigações aumentou, ainda mais, as desconfianças da testemunha. O delegado Carlos Américo, que foi designado pelo governo para atuar no caso, tomou depoimento dos envolvidos dentro de empresas de mineração ligadas às supostas vítimas", disse ao acrescentar que "durante a oitiva de reconhecimento, o delegado adotou alguns ritos que geraram desconfianças na testemunha".
Segundo o gerente, um funcionário de confiança de Valdinei Mauro acompanhou os depoimentos. "Por exemplo, a presença de outra testemunha que sequer estava presente na hora e no local do crime. Trata-se de José Luiz, funcionário da vítima Valdinei, responsável por também reconhecer os assaltantes, sendo que sequer estava presente no momento do assalto", acusou.
Ainda de acordo com I.C, o empresário iniciou boicotes até que ele foi demitido do cargo sob a alegação de que teria tentando abusar sexualmente de uma cozinheira, que efz um Boletim de Ocorrência negando o fato. Meses após, o empresário chegou a convidar I.C para voltar as funções de gerente com salário maior, o que acabou sendo recusado, já que entendeu a proposta como uma "espécie de cala-boca para que a ele não disseminasse sua ideia sobre a farsa".
I.C conta que solicitou ser incluído no Programa Estadual de Proteção as Testemunhas, já que o funcionário identificado por Matheus teria lhe afirmado que "o empresário havia mandado ele demitir até um pistoleiro". Todavia, o pedido acabou sendo recusado pelo MPE.
O gerente alega temer ser executado a qualquer momento. Ele cita que a farsa denunciada por ele coloca em risco sua vida por "envolver empresários e políticos poderosos".
http://cenariomt.com.br/noticia.asp?cod=319514&codDep=3
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